[ENTREVISTA] De frustrações e reviravoltas no futebol: A trajetória de Thalles, auxiliar do Sub-17 do Operário
Presente nos
principais títulos desta década pelo Operário Ferroviário, Thalles Brian Kudrik
de Oliveira passou por momentos inesquecíveis, como títulos e a ascensão do
clube no futebol nacional. Atual treinador auxiliar do sub-17 do fantasma,
Thalles enfrentou desde a chegada prematura no futebol até frustrações no
Brasil a fora. Mas os caminhos o trouxeram de volta para o clube em que teve o maior
sucesso na carreira. Agora, em um novo desafio, Thalles ajuda a tornar possível os sonhos daqueles
que desejam ser jogadores profissionais, que um dia já foram o próprio sonho.
#ENTREVISTA
Por Germano Busato
Aos
12 anos, Thalles já jogava os primeiros campeonatos municipais em Ponta Grossa.
Não dentro do futebol de base, mas em campeonatos separados. E foi em um desses
campeonatos pela cidade, que o desempenho de Thalles chamou a atenção do
treinador Cristiano Cruz, atual técnico do time sub-17 do Operário. "Eu disputava
jogos de futsal e por outras instituições. Foi quando o Operário sub-15 ia
disputar o campeonato paranaense e o treinador me convidou para jogar",
comenta Thalles, que ainda lamenta que não teve sequência na competição e
continuou a jogar outros torneios da escolinha de futebol e torneios.
A
situação foi até os seus 17 anos, quando a primeira oportunidade de integrar a
equipe profissional apareceu. "Quando o pessoal viajava para as partidas
da Série D e alguns jogadores ficavam em Ponta Grossa para treinar, nos chamavam para integrar os treinamentos do time profissional. Até que treinador
Cristiano falou com algumas pessoas dentro do Operário para conseguir me
integrar oficialmente para o time profissional. Eu fiquei em avaliação por um
tempo e treinei por três meses com o time, até que o Gersinho - treinador do time principal; gostou do meu futebol e me integrou
oficialmente na equipe profissional" conta Thalles.
O
auxiliar contou que, uma grande dificuldade enfrentada foi a chegada prematura
para a equipe profissional. "Eu fui direto para o profissional. Não tive
realmente a preparação de base, numa escalada de sub-13, sub-15, sub-17. Pulei
todo esse ciclo, o que foi uma dificuldade enorme". Thalles relembra também,
o que é a realidade de muitos garotos sonhadores, o número de testes para
equipes que realizou. "Fiz em torno de 8 a 9 peneiras (testes) em muitos
clubes. Só no Paraná Clube foram 3 testes. Tentei também no Internacional, no
Athletico Paranaense. Foram realmente muitas tentativas", relata Thalles.
Já
jogador de futebol profissional, a passagem pelo Operário Ferroviário foi de 3
temporadas, entre 2016 e 2018. Durante a entrevista, Thalles conta como ainda lembra
das coisas mais simples, como a primeira viagem. "Tenho vários momentos
marcantes. Lembro da primeira viagem para um jogo como profissional, na Copa do
Brasil, lá em Belém, no Pará. Nunca nem havia andado de avião", relembra o
ex-meia.
Thalles
recorda todos os primeiros momentos como jogador de futebol. "Primeira vez
entrei num jogo profissional foi pela segunda Divisão do Paranaense, contra o
Paranavaí. E a primeira partida no Germano Krüger, minha família estava toda lá
na arquibancada. Lembro também o título da Taça FPF sub-23, que a gente foi
campeão e fui um dos destaques da competição. Teve também o gol contra a
Portuguesa Londrinense, lá no Estádio do Café, que foi o meu primeiro",
comenta Thalles.
O
meia campista fez parte da equipe campeã da Taça FPF sub-23, que possibilitou a
vaga no Campeonato Brasileiro Série D, que o Operário viria a ser o campeão em
2017. Thalles fez parte do elenco campeão Brasileiro das Séries C e D, além da
Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense de 2018.
PÓS-OPERÁRIO: Após
ter seu contrato encerrado, Thalles Brian saiu de Ponta Grossa e enfrentou uma
de suas frustrações na carreira de jogador. O auxiliar não revelou o nome do
clube, mas conta que foi uma experiência negativa. "Eu acabei indo para um
time do Mato Grosso do Sul. Foram prometidas muitas coisas, só que depois de
uma semana acabei percebendo que era um golpe. Foi muito frustrante",
comentar Thalles.
Após
esse momento difícil, Thalles seguiu para o Prudentópolis onde jogou por 5 meses.
O time terminou em terceiro lugar na segundona do paranaense, algo que para
Thalles foi bem marcante. "O terceiro lugar não é algo tão simbólico, pois
quem sobe para a primeira divisão é o primeiro e segundo colocado. Mas foi um
momento marcante porque o time era muito fechado entre a gente, muito
próximos", relata o auxiliar.
O RETORNO: Após
a passagem pelo Prudentópolis, Thalles pensava em parar com o futebol
profissional. O desejo de continuar os estudos o fez decidir mudar o foco. Ele
já havia começado o curso de Licenciatura em Educação Física, na Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG), mas trancou o curso para seguir com a carreira
de jogador. E foi nas arquibancadas do Estádio do Café, em Londrina, na partida
entre Londrina e Operário pela Série B, que uma nova fase se iniciou.
Novamente
técnico Cristiano Cruz, também presente, conversou com Thalles. "Ele (Cristiano)
também estava na partida. Ele me perguntou se eu iria continuar jogando e na
hora disse que não. O treinador então me aconselhou na volta e focar nos
estudos, porque queria que eu trabalhasse com ele de auxiliar no sub-17. Na
primeira oportunidade, aceitei a proposta. Estou muito feliz dentro do clube,
sempre fui um torcedor fanático, que sempre abriu as portas para mim, tanto
como jogador e agora, nesse novo trabalho, de auxiliar", enaltece Thalles,
que retomou os estudos e agora cursa Bacharel em Educação Física, na
Unicesumar.
Além
disso, Thalles Brian já fez parte de outro grande marco para o fantasma, agora
um marco para o projeto de base. Pela primeira vez, em 2020, o Operário
Ferroviário disputou a Copa São Paulo de Futebol Jr. A equipe chegou a segunda
fase da competição, sendo eliminada na disputa de pênaltis para o Santa Cruz (PE).
"Me senti realizado em trabalhar nesse momento, porque sabemos o quanto
foi difícil para o clube disputar essa competição, como entrar nesse cenário e
ser respeitado como o Operário foi nesta edição", finaliza o auxiliar.
Thalles
revela também que tem uma boa expectativa para o restante da temporada do
futebol de base. "A expectativa é fazer uma temporada melhor que a
temporada passada, em que a equipe terminou em terceiro lugar no paranaense
sub-17", analisa.
No
final da entrevista, questionado sobre o desejo de um dia chegar a treinador,
Thalles afirma que no momento não é seu foco. Mas, se um dia a oportunidade
aparecer, ele quer estar o mais preparado possível. "Por ser um atleta
disciplinado taticamente, sempre prestei atenção no que meus treinadores
queriam e assim acabei aprendendo. Já fui torcedor de alambrado, fui atleta e
agora faço parte da comissão técnica. Por que um dia não ser treinador do
operário?", finaliza o auxiliar, Thalles Brian.
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