[ESPECIAL] Há 12 anos, o extinto Olympique levantou o troféu da Série B da Suburbana
Campeão da 2ª Divisão em 2008 com uma
campanha de 72% de aproveitamento, 39 gols feitos em 18 jogos e apenas nove
tomados, o Olympique deixou seu nome na história do futebol amador de Curitiba.
Título que teve como cereja do bolo a vitória em cima do Urano, campeão da Série A naquele ano, na extinta Copa dos Campeões. Além disso, alguns personagens desta conquista tiveram o início da trajetória e ganharam força no futebol amador após a temporada de 2008.
#ESPECIAL
Por @JoaoEduardoP_
“No primeiro jogo da final, nós estávamos vencendo por 1 a 0
fora de casa, mas o adversário estava em cima de nós. Teve uma falta de longe,
o treinador Juninho mandou eu bater e eu fui. Bati, ela subiu e caiu na gaveta,
o chute foi tão forte que chegou a furar a rede”. O fato aconteceu há 12 anos
atrás, mas o zagueiro Elizio Padilha do Olympique lembra com riqueza de detalhes
do gol, lance que foi fundamental no título da série B de 2008. A equipe do
bairro do Sítio Cercado havia voltado a ser campeã, três anos após o primeiro título
e novamente levantou o troféu da série B. Com uma campanha de 72% de
aproveitamento o Olympique cravou seu nome na história do futebol amador.
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Foto do jornal A Tribuna da época relatando o título da equipe |
O experiente zagueiro, Elizio comentou com uma grande riqueza
de detalhe o título da equipe – pós o título ele teve passagem pelo Santa
Quitéria, Urano, Vila Hauer, Combate Barreirinha, Vila Fanny e Vila Sandra. “Nós
vimos desde do começo que nós poderíamos ser finalistas, tínhamos potencial para
isso, mas faltava algo para deixar o time nos eixos” comenta o zagueiro titular
da equipe.
Talvez, a peça final tenha sido a chegada do hoje experiente
e multi-campeão Alei Silva Junior, o Juninho. “Quando cheguei o elenco já
estava montado e já haviam jogado e perdido a primeira partida, mas logo
percebi que o elenco era qualificado e podíamos conseguir o objetivo do acesso”
relata o treinador.
Após a chegada de Juninho, na primeira fase foram cinco
vitórias em seis jogos: 5 a 1 diante do São Paulo, 3 a 0 no Caxias, 4 a 0 no
Rio Negro, 2 a o no Osternack, uma derrota de 3 a 2 para o Grêmio Ipiranga e
uma vitória de 3 a 0 para cima do Campo Santana para encerrar a primeira fase.
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Foto de Juninho à época e da torcida do Olympique comemorando o título |
O atacante Zé Ricardo chegou na equipe no meio do campeonato,
para a segunda fase e as finais. “Fui convidado pelo goleiro Cesinha, eu havia
ficado dois anos no profissional, mas havia acabado de abandonar e fui para o
Olympique, lembro que quando cheguei logo percebi que o time tinha muito
potencial”, comenta o atacante sobre sua chegada.
Na segunda fase, o Olympique estreou com derrota para o
Flamengo por 1 a 0. Mas a equipe reagiu com três vitórias e garantiu a vaga
para o mata-mata de forma antecipada. Os triunfos foram 2 a 0 para cima do Osternack,
3 a 0 diante do Bangú e 4 a 1 contra o Flamengo. “A derrota na estreia da segunda
fase nos fortaleceu, pois tivemos que ganhar três jogos seguidos fora de casa e
garantimos a vaga”, relata o treinador Juninho. Nos últimos dois jogos, o já
classificado Olympique empatou com o Osternack e perdeu para o Bangú, esta que
foi a última derrota da equipe na competição.
Na semifinal o adversário foi o São Paulo, valendo a vaga na
final e o acesso, com 2 a 0 na ida e 3 a 0 na volta o Olympique sobrou em campo
e garantiu o objetivo inicial, mas o time queria mais, queria o título. Na
primeira partida da final Zé Ricardo guardou o dele na vitória por 3 a 0 em
cima do Olaria. “Cheguei nas últimas sete ou oito partidas, mas lembro que
marquei gols e quase todo jogo, principalmente nas fases finais” relata Zé
Ricardo.
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Foto dos uniformes daquela temporada do Olympique e do poster de campeão, guardado com muito carinho pelo zagueiro Elizio |
Na partida de volta, o Olympique pressionou, mas a partida
ficou com placar fechado, só que o 0 a 0 foi suficiente para ficar com a taça. O
elenco campeão era formado por: Cesinha (Odair); Cláudio, Juninho, Elísio,
Valmir, Eder; Márcio Campina, Zé Ricardo, Neguinho, Gulit, Rogérinho, Mi
(Berg), Fernando (Pelezinho), Maicon (Tuba), Willer (Cambalhota) e Eldrer
(John). O técnico Juninho frisa a força do elenco e do sistema defensivo. “O vestiário
era tranquilo. Muitos jogadores experientes e acima de tudo comprometidos com
objetivo. Um dos pontos fortes era a defesa, terminamos os 18 jogos da
competição com apenas nove gols sofridos”.
O técnico Juninho que depois viria comandar e ser campeão com
Santa Quitéria da 1ª Divisão, após um jejum de 23 anos da equipe. Em 2011 o
comandante chegou ao Iguaçu, no time de Santa Felicidade, em quebrou outro
jejum, sendo campeão de 2012 após 20 anos sem título da 1ª divisão e teve o bicampeonato
em 2016 e 2017. O técnico também teve boa passagem pelo Fanático de Campo Largo
conquistando duas Taça Paraná pela equipe, em 2015 (batendo o período de 29
anos sem o titulo da equipe) e novamente em 2016.
BÔNUS: Para mostrar a força do
elenco, o time garantiu o título da extinta Copa do Campeões (disputa entre os
campeões da 1ª e 2ª divisão). O Olympique jogou água no chopp do Urano, campeão
naquele ano da Suburbana invicto, mas acabou sendo derrotado pelo Olympique por
1 a 0, façanha que todos os entrevistados lembram bem. “O time deles era muito
forte e no primeiro tempo só deu eles e nós se defendendo. Mas na etapa final
teve uma falta para nós, eu bati ela na segunda trave e encontrei o Mi atrás
dos zagueiros, ele bateu de primeira de chapa e fez 1 a 0. Aí foi segurar lá
trás e ficamos com taça” relembra Elizio.
O atacante Zé Ricardo comenta que aqueles dois títulos foram
os primeiros dele no amador e que a boa campanha fez com que a amizade do
elenco permanece até hoje. O técnico Juninho também comenta que o trabalho foi
fundamental para a carreira dele.
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Entrega dos troféus de melhores da competição, ocasião que o Olympique ficou com grande parte dos títulos individuais. |
Infelizmente o Olympique em seguida passou por problemas, foi
rebaixado e se desfiliou da Federação. “A morte do Dr. Lourival Barão no ano
seguinte, responsável pela parceria no Olympique, foi peça fundamental para a não
manutenção da equipe”, relata o ex-treinador da equipe. Entretanto, o nome do
Olympique sempre está lembrando como campeão e um dos grandes times da
Suburbana.
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